segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Bullying



         Brincadeiras violentas, apelidos pejorativos e atitudes de humilhação e intimidação não são atitudes normais de qualquer criança, essa prática caracteriza o Bullying.
        Frequentemente o bullying é utilizado para identificar uma prática escolar que consiste em atitudes abusivas, agressivas, intencionais e repetidas que perduram por um longo período de tempo. Caracteriza-se ainda como assédio escolar praticado entre um aluno ou grupo, que está, de alguma forma, em condições de exercer o seu poder sobre alguém ou sobre um grupo mais fraco.
       A maioria dos atos de bullying ocorrem fora da visão dos professores e coordenadores. Além disso, grande parte das vítimas não reagem e em muitos casos até escondem ou omitem a agressão sofrida, por se sentirem envergonhados ou até mesmo amedrontados pelas ameaça. Este comportamento acaba por reforçar o bullying e dificulta que atitudes sejam tomadas no sentido de saná-lo.
      O que se pode observar é que existem três tipos de praticas de bullying, sendo eles: o bullying físico, através de atos agressivos como bater, roubar ou danificar os pertences alheios. O bullying verbal, em forma de apelidos pejorativos e ameaças. E, o mais comum deles, o bullying relacional, que consiste em qualquer forma de humilhação ou exclusão social.
      Neste sentido, podemos dividir o assédio escolar em duas categorias, o bullying direto e indireto. O bullying direto compreende tanto os atos físicos quanto os verbais, sendo uma prática mais comum entre os meninos. Já o bullying indireto é mais comum entre as meninas, consistindo em práticas de isolamento social, além de ridicularizar os aspectos socialmente significativos entre o universo feminino, tal como os modos de vestir.
    Aparentemente, esses comportamentos ocorrem sem motivação entre os alunos, porém sempre dentro de uma realidade desigual de poder, gerando na vítima sentimentos de intimidação, dor, angústia e sofrimento físico e/ou emocional.
       Vale ressaltar que, o período escolar é justamente o momento em que estamos estruturando nossa personalidade e nos capacitando socialmente, para tanto, é necessário que possamos nos desenvolver num ambiente saudável, livres de humilhação e intimidações. Quando isso não ocorre, a criança ou o adolescente pode vir a desenvolver graves danos à autoestima, afetando assim todo o seu desenvolvimento.
      O que tem sido observado é que as vítimas de bullying tornam-se crianças e adolescentes mais retraídos, com dificuldades em se relacionar e fazer amigos, dificuldades de concentração, baixo desempenho escolar e resistência em ir para a escola ou participar do recreio. Além disso, têm mais chances de desenvolver transtornos de humor, transtornos alimentares, distúrbio do sono, fobias e transtornos de ansiedade em algum momento da vida. Podendo inclusive se tornar agressiva ou irritada, como um reflexo das agressões que vem sofrendo.
    Em se tratando dos agressores, o que geralmente tem é observado, é que são crianças e adolescentes que através de atos de bullying denunciam a própria agressão sofrida. Muitas vezes são crianças com históricos de vida violento, tendo em algum momento, vivido ou presenciado atos de agressão familiar.

Ψ Psicoterapia e Bullying: Tanto as vítimas de bullying quanto os próprios agressores necessitam de ajuda psicológica. Normalmente, as vítimas de bullying necessitam de auxílio para recuperar a autoestima perdida com o bullying, aprendendo assim outras formas de existir, que não o adoecimento ou o isolamento. Além disso, é importante entender o que fez dessa criança uma vítima em potencial para o bullying e se trabalhar todos esses aspectos.  Já os agressores, por serem crianças que geralmente apresentam histórico de agressões familiares, necessitam de ajuda para superar os traumas das agressões sofridas, isto é, para que possam trabalhar suas raivas e assim aprender outras formas de se relacionarem, que não através de atos agressivos. Cabe ressaltar que, por se tratar de casos de crianças e adolescentes, a participação da família na psicoterapia é fundamental, seja o cliente o agressor ou a vítima de atos de bullying.