A
violência doméstica entre casais pode ser entendida como qualquer ato de
agressão física, sexual ou psicológica em que um dos cônjuges tenta manter o
controle e poder sobre seu parceiro.
A agressão física envolve a violência
direta, isto é, o uso da força física, ou a destruição de pertences e objetos
da vítima. Já a agressão sexual está relacionada a atos sexuais não consensuais,
podendo acontecer inclusive por meio de humilhações ao parceiro em relação ao
seu corpo, desempenho sexual ou sexualidade. Enquanto a agressão psicológica
tende a se manifestar através atos de violência verbal, intimidações,
humilhações, ameaças, gestos e posturas agressivas. O que se pode perceber é
que as agressões físicas e sexuais tendem a acontecer mais esporadicamente,
enquanto as agressões psicológicas, mesmo que pareçam mais sutis, podem vir a acontecer
diariamente.
Comumente a violência doméstica começa
como um ato isolado, mas conforme a tensão entre os cônjuges vai aumentando, a
cada nova desavença, a agressão pode se tornar uma constante. E, conforme o
relacionamento vai avançando, as agressões podem ocorrer com maior frequência e
assim, vão se tornando mais graves e, em alguns casos pode chegar a atos
extremos, podendo ou não culminar em assassinato.
O que se pode perceber é que após a
agressão, o agressor tende a se mostrar arrependido e amoroso com o parceiro,
o que faz com que o agredido tenha a ilusão de que este foi apenas um ato
isolado, que não se repetirá novamente. No entanto, quando o nível de tensão
entre os cônjuges volta a subir, a violência volta a acontecer. Neste sentido, a violência doméstica parece acontecer ciclicamente, alternando entre momentos de agressão e apelos por perdão e reconciliação, o que pressupõe que muitas vezes os laços de apego que unem o casal podem ser mais poderosos que a violência que os acompanha.
Enquanto o agressor tende a se portar como arrependido e, em muitos casos se portando como a vítima ou negando seu comportamento agressivo, o agredido tende a se manter vulnerável e aprisionado a essa situação, se isolando e vivendo constantemente amedrontado pela possibilidade de agressão. Além disso, muitas vezes o agredido tende a justificar o comportamento violento do cônjuge como sendo culpa sua, de tal modo que acredita que poderia ter evitado a agressão se tivesse agido de forma diferente, além de acreditar que insistindo na relação pode ajudar o cônjuge a mudar.
Mas, que leva um casal à agressão? O
que se tem observado é que a violência doméstica parece estar associada a uma
história de violência prévia. Em outras palavras, agressores e agredidos podem
ter passado por situações de violência quando crianças, vivenciando a agressão
diretamente ou, assistindo seus pais sendo agredidos. Existem fatores que
apontam ainda que a baixa autoestima, o abuso de álcool e drogas, doenças mentais
e baixo controle do impulso agressivo podem ter relação com a violência
doméstica. Além disso, é importante entender a interação existente entre o
casal, pois a dificuldade comunicacional entre os parceiros, as diferenças de
poder e status entre o casal, bem como situações de vida estressantes ou frustrantes,
sobretudo aquelas que provocam mudanças nos papéis do casal, podem levar o
casal a estabelecer formas agressivas de interação.
Ψ Psicoterapia e violência doméstica: Atos de violência entre casais revelam dinâmicas problemáticas na interação do relacionamento. Nestes casos, a psicoterapia irá trabalhar justamente os padrões problemáticos na comunicação, os conflitos e a raiva no relacionamento que contribuem para a violência, considerando que, de algum modo, ambos os cônjuges contribuem para o aumento da tensão no relacionamento. Dessa forma, quando um casal recorre à psicoterapia por motivos de violência doméstica, cabe ao psicoterapeuta auxiliar o casal a entender tais dinâmicas problemáticas em sua interação, para que possam compreender o que os leva a atos de violência. Em um primeiro momento, é preciso avaliar se a psicoterapia conjunta é apropriada para este casal, isto é, quando não existe risco para o agredido se expor abertamente, ou quando ambos se sentem a vontade para expor seus sentimentos e falar dos momentos de agressão. Do contrário, é necessário que a psicoterapia seja realizada separadamente com os cônjuges, pelo menos até que estes possam falar conjuntamente sobre suas dinâmicas relacionais que contribuem para a violência, o que muitas vezes pode estar ligada à história de vida de um ou ambos os cônjuges. Além disso, é necessário avaliar a existência do vínculo romântico entre o casal, pois casais com vínculos muito desgastados frequentemente encontram pouca motivação e poucos motivos para trilhar o árduo caminho da psicoterapia conjugal.
Ψ Psicoterapia e violência doméstica: Atos de violência entre casais revelam dinâmicas problemáticas na interação do relacionamento. Nestes casos, a psicoterapia irá trabalhar justamente os padrões problemáticos na comunicação, os conflitos e a raiva no relacionamento que contribuem para a violência, considerando que, de algum modo, ambos os cônjuges contribuem para o aumento da tensão no relacionamento. Dessa forma, quando um casal recorre à psicoterapia por motivos de violência doméstica, cabe ao psicoterapeuta auxiliar o casal a entender tais dinâmicas problemáticas em sua interação, para que possam compreender o que os leva a atos de violência. Em um primeiro momento, é preciso avaliar se a psicoterapia conjunta é apropriada para este casal, isto é, quando não existe risco para o agredido se expor abertamente, ou quando ambos se sentem a vontade para expor seus sentimentos e falar dos momentos de agressão. Do contrário, é necessário que a psicoterapia seja realizada separadamente com os cônjuges, pelo menos até que estes possam falar conjuntamente sobre suas dinâmicas relacionais que contribuem para a violência, o que muitas vezes pode estar ligada à história de vida de um ou ambos os cônjuges. Além disso, é necessário avaliar a existência do vínculo romântico entre o casal, pois casais com vínculos muito desgastados frequentemente encontram pouca motivação e poucos motivos para trilhar o árduo caminho da psicoterapia conjugal.